Publicidade

Conecta Verde

Reduzir e reaproveitar: sustentabilidade com praticidade para o consumidor

Compartilhar

Executivo da Cargill explica mudanças em embalagens de produtos e ações de preservação e educação ambiental

Por Flavius Deliberalli

Em entrevista exclusiva, Márcio Barela, coordenador de sustentabilidade da Cargill, nos conta como a empresa atua para diminuir o impacto ambiental das embalagens de seus produtos, além de detalhar desafios e ações voltadas para o mercado e o consumidor.

Confira agora:

1- Como a Cargill tem atuado para que as embalagens de seus produtos causem menos impacto ambiental no planeta? Quais são as principais ações nesse aspecto?
Buscar soluções que tragam mais praticidade ao cliente e, ao mesmo tempo, sejam opções mais sustentáveis de consumo é uma preocupação constante da Cargill. Faz parte do nosso dia a dia! De olho nesse cenário, a companhia orienta suas decisões sobre novas embalagens baseadas em pesquisas e tendências do mercado, para oferecer melhores experiências de consumo. A Cargill trabalha para que todas as novas embalagens ou mudanças de uma embalagem existente estejam alinhadas com a nossa estratégia de sustentabilidade.
A mudança realizada no extrato de tomate Elefante Alho & Cebola vem exatamente nesse sentido: a primeira grande mudança comparada à embalagem anterior (lata) é que ela é uma embalagem abre e fecha, preservando o produto por mais tempo na geladeira e reduzindo o desperdício de alimento. Outro ponto fundamental é que foi desenvolvida para ser reutilizada, o que diminui descarte e geração de resíduo. E o mais importante é que a embalagem foi desenvolvida após uma Análise do Ciclo de Vida (ACV), em que foi possível comparar os impactos ambientais, sendo que a nova embalagem reduz em 6% o impacto ambiental e em 18% as emissões de CO2 no ciclo de vida do produto, se comparado com a versão lata (de acordo com estudo de ACV realizado em parceria com a Fundação Espaço Eco). A Cargill vem utilizando a ferramenta de ACV para tomada de decisão, considerando sempre o impacto em todo o ciclo de vida do produto.

2- E sobre metas? Quais são as metas de redução do uso de plástico nas embalagens dos produtos de vocês? Especifique metas para o mercado brasileiro e global.
Globalmente a Cargill tem uma orientação estratégica para embalagens. Primeiro, reduzir! Reduzir os materiais desnecessários, utilizando o mínimo possível de material para levar o produto com segurança para os consumidores. Ter 100% das nossas embalagens recicláveis ou de forma compostável. Adicionar material reciclado sempre que possível e ter todas as embalagens a base de fibras, certificadas.
O compromisso de reduzir as emissões de GEE de nossa cadeia de suprimentos global em 30% por tonelada de produto até 2030, combinado com a meta operacional para reduzir as emissões absolutas em 10%, foi aprovada pela Iniciativa de Alvos com Base Científica (SBTi), uma colaboração entre o CDP, o Pacto Global das Nações Unidas, o World Resources Institute (WRI) e o World Wildlife Fund (WWF).
Nesse contexto, vale ressaltar que as embalagens plásticas fazem sentido sempre que apoiarem o cumprimento desse compromisso. Em outras situações, poderão ser substituídas por outros materiais, quando fizer sentido.

“Para exemplificar com números, a mudança gera, na prática, uma redução 6.800 toneladas de gás carbônico em um ano de produção de extrato de tomate. O que comprova que nem sempre o plástico é o vilão! Inclusive, nossa proposta de investir em uma embalagem reutilizável tem se mostrado bastante assertiva, com o SAC recebendo centenas de comentários positivos e até agradecimentos, comprovando o interesse dos clientes em reutilizar embalagens”

3- No caso específico da linha Elefante, vocês migraram as embalagens da lata para o plástico e informaram que houve aumento de 17% nas vendas, entre 2021 e 2022. Sabemos que a lata é um material reciclável e tem um apelo melhor do que o do plástico nesse aspecto. Ao que vocês creditam essa aceitação da embalagem de plástico nesse cenário onde este material ainda é visto como um vilão?
Acreditamos que a aceitação ocorreu porque a nova embalagem oferece uma melhor experiência de consumo. Mais fácil de abrir, com o sistema abre e fecha que possibilita preservar melhor o produto, reduzindo o desperdício do alimento e ainda foi feita para ser reutilizada, servindo como um recipiente para guardar temperos, alimentos, ou até mesmo ser usada como um pequeno vaso. Apesar da lata ser também um material reciclável, quando olhamos para o ciclo de vida do produto, ela gerava maior impacto ambiental e emissão de CO2. Para exemplificar com números, a mudança gera, na prática, uma redução 6.800 toneladas de gás carbônico em um ano de produção de extrato de tomate. O que comprova que nem sempre o plástico é o vilão! Inclusive, nossa proposta de investir em uma embalagem reutilizável tem se mostrado bastante assertiva, com o SAC recebendo centenas de comentários positivos e até agradecimentos, comprovando o interesse dos clientes em reutilizar embalagens. Esse movimento se mostra especialmente relevante e alinhado ao princípio dos 3Rs da sustentabilidade: sempre que possível, reaproveitar antes de reciclar.

4- A respeito de outros produtos e outras linhas de produtos, poderia nos detalhar exemplos de mudanças de materiais nas embalagens com impacto positivo e quais foram esses impactos?
A Cargill sempre está acompanhando as tendências do mercado de embalagens, buscando oferecer a melhor experiência para o consumidor e reduzir os impactos de produção. Outra mudança relevante foi na embalagem secundária das linhas de óleo Liza soja, substituindo as tradicionais caixas de papelão por shrink plástico, que ocorreu após Análise do Ciclo de Vida, em que a nova embalagem apresentou uma redução de 71% no consumo de água e 65% na emissão de gases do efeito estufa.

“No Brasil, precisamos melhorar os índices de reciclagem, e para isso, precisamos ampliar a coleta seletiva e a conscientização da população. Separar as embalagens para reciclagem é uma mudança de hábito que não é fácil. É um desafio constante que enfrentamos e um trabalho que exige regularidade e frequência, e precisa ser realizado no dia a dia”

5- Quais seriam as linhas de produtos mais difíceis para a adoção de embalagens menos agressivas ao meio ambiente, ou que a mudança de material tem sido um desafio? E o que tem sido feito para superar isso?
Um desafio tem sido as embalagens flexíveis, que hoje não têm um mercado que viabilize uma cadeia de reciclagem. Estamos unindo esforços e todos os elos da cadeia produtiva para buscarmos uma solução em conjunto. Não vamos conseguir fazer isso sozinhos, a conexão é uma palavra-chave para a Sustentabilidade. A Cargill participa da Rede para Circularidade do Plástico, onde estamos juntos com recicladores, fabricantes de embalagens, indústrias usuárias e outros elos da cadeia do plástico, para desenvolvermos uma solução sustentável.


6- Especificamente falando do mercado brasileiro, quais tem sido as maiores dificuldades e desafios que a Cargill tem enfrentado para implementar embalagens menos agressivas ao meio ambiente em suas linhas de produtos? Há alguma peculiaridade no mercado brasileiro que torna isso mais difícil do que em outros mercados?
No Brasil, precisamos melhorar os índices de reciclagem, e para isso, precisamos ampliar a coleta seletiva e a conscientização da população. Separar as embalagens para reciclagem é uma mudança de hábito que não é fácil. É um desafio constante que enfrentamos e um trabalho que exige regularidade e frequência, e precisa ser realizado no dia a dia. A Cargill investe em Programas de Educação Ambiental e em novas tecnologias que promovem incentivo para a reciclagem, envolvendo cada vez mais os consumidores.

“Acreditamos que a educação é o melhor caminho para a transformação”

7- Então, por favor, cite rapidamente cada uma dessas iniciativas de educação ambiental apoiadas pela Cargill.
A Cargill participa de vários programas e iniciativas de reciclagem. Podemos mencionar o programa Recicleiros Cidades, programa Pólen, programa Reciclar pelo Brasil e o programa Prolata.

 
8- E para a educação e conscientização dos consumidores? Existe alguma ação ou iniciativa desenvolvida ou apoiada? Cite e explique rapidamente.
Temos uma iniciativa com foco na sustentabilidade e no engajamento de parceiros e da comunidade muito interessante e com grande adesão das pessoas. A Cargill promove, desde 2010, o programa Ação Renove o Meio Ambiente, o maior programa de logística reversa de óleo no Brasil, que atualmente conta com 4,5 mil pontos de coleta em 17 estados e no Distrito Federal. Desde o seu início, o programa já recolheu mais de 8,4 milhões de litros de óleo (sendo 1 milhão e 600 mil litros em 2021). A iniciativa conta com diversas parcerias como, por exemplo, restaurantes, supermercados, condomínios e escolas, onde o óleo usado pode ser entregue. No caso das escolas, são mais de 500 instituições parceiras em todo o país, promovendo educação ambiental para professores e coordenadores. Com esses parceiros, cada litro recolhido é revertido em um valor para a Associação de Pais e Mestres de cada escola para benfeitorias locais. Levamos educação ambiental para as escolas para mostrar a importância da reciclagem e chegar até a reciclagem das embalagens e do resíduo do óleo de fritura. Acreditamos que a educação é o melhor caminho para a transformação!

Conteúdo por:

Deixe um comentário

Recomendados para você

Pesquisar

Publicidade

Últimas notícias

Temas mais publicados