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Uma rede pela circularidade do plástico

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Saiba como funciona a iniciativa que tem diversas frentes de atuação para promover e ampliar o descarte correto e a reutilização deste material

Por Elen Nunes / Editado por Flavius Deliberalli

Como tornar o plástico mais circular? Marcelo Mason, head de sustentabilidade da Deink Brasil e membro do conselho e líder de comunicação da Rede pela Circularidade do Plástico conta os detalhes da iniciativa que foi criada com este objetivo.

Leia agora:

1- O que é a Rede pela Circularidade do Plástico? Detalhe como funciona a iniciativa.
A Rede pela Circularidade do Plástico é a primeira iniciativa brasileira a favor da Economia Circular envolvendo todos os elos da indústria do plástico.

2- No total, quantas empresas, de diferentes elos da cadeia, estão envolvidas na Rede? Quais são esses elos? De que forma acontece essa atuação?
Os elos são Petroquímica, Química, Produtores de atidivos, transformadores, brand-owners, varejo, cooperativas e associações de catadores, gestores de resíduo e recicladores. Somos 63 empresas hoje e mais de 300 colaboradores trabalhando nos eixos da rede. A rede trabalha em eixos de atuação, sendo eles: design de embalagens, logística reversa, políticas públicas, comunicação e governança. Cada um destes eixos possui grupos de trabalhos específicos para cada projeto.

3- Considerando essa junção de agentes, quais ações estão sendo realizadas em prol da circularidade do material? Que tipo de projetos vocês estão liderando e/ou envolvidos?
Os mais diversos, como ponte cooperativa-indústria, um trabalho para estreitar os laços, educar e padronizar o material gerando mais valor para os catadores; o Recicla Cidades, que é um projeto de educação ambiental e logística reversa, que parte do Guarujá (SP); Guias de Design de Embalagens Rígidas e Flexíveis que serão lançados em breve e o Retorna, que é uma ferramenta que mede o índice de reciclabilidade das embalagens no Brasil, levando em conta seus aspectos técnicos e econômicos, um projeto brilhante e aberto ao público que servirá como base para o design circular de embalagens, podendo ser utilizado inclusive por universidades, agências de design, profissionais do setor, etc… Tudo isso e muito mais que está por vir.

4- Quais os maiores desafios que encontram para ampliação das taxas reciclagem do plástico no Brasil?
Creio que esta resposta passa pelo nossos eixos: um design mais eficiente, modelos de logística reversa, desoneração da cadeia produtiva da reciclagem e educação ambiental.

5- Ainda é imensa a quantidade de embalagens plásticas descartadas de forma incorreta pela sociedade. Como a Rede atua para ampliar a educação ambiental e incentivar o descarte correto desse material? Há ações nesse sentido?
Sim, nossa participação no Recicla Cidades é um exemplo disso. Tem muito à ser feito ainda nesta frente e será nosso foco comunicar com o consumidor cada vez mais.

6- Como acelerar e ampliar soluções de reciclagem de embalagens flexíveis?
Através de tecnologia e inovação. Inclusive dentro da Rede várias empresas tem investido pesado nesta frente e teremos gratas surpresas com muita coisa nova à partir de 2023 para tratar flexíveis e outros itens plásticos de difícil circularidade. É uma tendência global olhar para estes resíduos.

7- Atualmente, muitas empresas divulgam seus produtos feitos a partir e bioplástico ou plástico biodegradável. Qual a diferença?
Precisamos separar os conceitos de matéria-prima de fontes renováveis (como cana de açúcar), bioplásticos feitos à partir de origem vegetal (como batata ou mandioca por exemplo) e biodegradação que em grande parte é produzida com aditivos que aceleram a degradação do plástico. Este último é um tema muito sensível, pois não temos no Brasil a infraestrutura para separar biodegradáveis e, pior ainda, tampouco a cultura e educação ambiental do consumidor para fazer este plástico ter a rota correta na reciclagem, o que de fato acaba prejudicando a cadeia.

8- Explica para a gente como funciona a ferramenta Retorna?
O Retorna é uma ferramenta online e gratuita para o cálculo do Índice de Reciclabilidade Design de Embalagens Plásticas no Brasil. O processo de análise é dividido em algumas etapas principais:

APLICABILIDADE
Questões gerais eliminatórias

QUESTÕES TÉCNICAS
Específicas para embalagens flexíveis ou rígidas

QUESTÕES DE CIRCULARIDADE
Avaliação do grau de circularidade da embalagem. Sem impacto no índice.

A CLASSIFICAÇÃO
O resultado da análise utiliza uma classificação de 5 níveis (A, B, C, D e E) e outros 8 intermediários. Vai do melhor índice de reciclabilidade (A), até a impossibilidade de reciclagem (E).

A: Excelente
Bem aceita no mercado de reciclagem, sem nenhum ponto que possa atrapalhar processos de reciclagem.

B, B+, B++: Bom
Bem aceita no mercado de reciclagem, porém com pontos que atrapalham os processos de reciclagem de forma branda.

C, C+, C++: Regular
Aceita no mercado de reciclagem, porém com pontos que atrapalham processos de reciclagem de forma mais significativa.

D, D+, D++: Ruim
Pouco aceita no mercado de reciclagem mas com alguma possibilidade de recuperação de material.

E, E+, E++: Muito ruim
Praticamente não é aceita no mercado de reciclagem, seja por limitações de infraestrutura de mercado ou tecnológicas.

Sobre o resultado do questionário, dois fatores de correção são aplicados à classificação: um fator de mercado, que mede a reciclabilidade efetiva da embalagem, dentro da realidade atual do Brasil em termos de infraestrutura e viabilidade econômica para a reciclagem e um fator de regionalidade, considerando a região do Brasil onde a embalagem será comercializada. Ao final da análise, um relatório completo é apresentado e pode ser baixado em formato PDF, indicando todas as suas respostas e os resultados finais que impactaram na sua classificação.

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