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Pesquisa Vida Saudável e Sustentável 2024 aponta que 59% dos entrevistados realizam ações para preservar o meio ambiente

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Elaborado em parceria entre o Instituto Akatu e a GlobeScan, estudo aponta ainda que preço é a principal barreira para o brasileiro levar uma vida mais sustentável

Editado por Flavius Deliberalli

A Pesquisa Vida Saudável e Sustentável 2024, elaborada pelo Instituto Akatu e GlobeScan, e apoiada pelo Grupo In Press, foi apresentada no Fórum Akatu-FIA de Sustentabilidade, que reuniu executivos, em São Paulo (SP), recentemente para discutir o consumo consciente.

O estudo ouviu brasileiros das cinco regiões do país e apontou que o custo dos produtos com atributos de sustentabilidade permanece como a principal barreira para se ter uma vida mais sustentável. Em um país onde apenas 8,1% da população recebe três ou mais salários-mínimos por mês, a prioridade é manter o frágil equilíbrio do orçamento familiar, sem espaço para escolhas que não coloquem o preço em primeiro lugar. Ao mesmo tempo, em comparação com os outros 30 países que fazem parte da pesquisa, os brasileiros estão entre os consumidores que mais anseiam por um estilo de vida mais saudável e sustentável, sempre com maior adesão a comportamentos e atitudes sustentáveis acima da média global.

“O preço é o atributo que resta em comparabilidade, quando os produtos e serviços não demonstram particularidades de valor e de impacto positivo para o meio ambiente e social”, comenta Lucio Vicente, diretor-geral do Instituto Akatu.

O estudo também apontou que a visão coletiva ou social é camuflada pelo foco em si, para garantir o próprio futuro, o sucesso pessoal ou familiar. Quando o assunto são as crises socioambientais, saídas coletivas são pouco mencionadas e quando falam sobre possíveis ações individuais impera a desconfiança sobre sua efetividade.

Quando questionados sobre a crise climática, os respondentes, independentemente da região, demonstraram pouco conhecimento dos impactos causados, além do aumento das temperaturas e da incerteza das estações do ano. “Percebe-se que a instabilidade climática foi incorporada nas rotinas e passou a ser vista como normal. As consequências são os maiores gastos com água e energia elétrica. Para além do fator clima, associações simplistas aparecem nas outras questões ambientais influenciadas pela percepção de que se trata de problemas distantes, para o futuro”, avalia o diretor-geral do Instituto Akatu.

O executivo reforça ainda a importância de conscientizar e mais do que isso, ajudar a colocar em prática formas de consumir melhor, de maneira consciente, fazendo com que o indivíduo se sinta um agente da mudança, sensibilizado, mobilizado e engajado.

No entendimento da GlobeScan, pouquíssimos entrevistados souberam fazer uma relação direta entre crise climática (ou modelos de produção e consumo vigentes ou mesmo ações humanas) e as enchentes que alagaram a região metropolitana de Porto Alegre (RS) entre abril e maio deste ano. “Para muitos entrevistados, a catástrofe está relacionada à falta de infraestrutura e ao manejo inadequado de resíduos. Essa terceirização também aparece em outras questões socioambientais. Dessa forma, os consumidores ouvidos não acreditam que o caso despertará a população para a adoção de hábitos mais sustentáveis. Isto reforça a necessidade de um esforço de educação, tendo como base a voz qualificada dos cientistas, que são reconhecidos pelos consumidores no próprio estudo como as fontes mais confiáveis”, explica Álvaro Almeida, diretor da GlobeScan no Brasil.


Barreiras identificadas por região
A falta de interesse em práticas sustentáveis e/ou a falta de informação e conscientização sobre práticas sustentáveis, foram observadas principalmente em entrevistados do Norte, Centro-Oeste e Sul. A infraestrutura deficiente (de lixeiras, caminhões de coleta etc.) foi a barreira ressaltada por participantes do Nordeste e Sudeste. A falta de acesso a opções sustentáveis, foi mencionada por entrevistados do Norte, Centro-Oeste e Sul. O fato de fazer muito frio ou muito calor onde vivem, foi o obstáculo citado por participantes do Norte, Centro-Oeste e Sul.


Atitudes de quem pensa em mudar
Para os brasileiros que implantaram alguma mudança na rotina, 59% dos entrevistados disseram ter ações para evitar o desperdício de alimentos; 39% utilizam menos água e 30% buscam informações sobre como produtos e serviços adquiridos afetam as mudanças climáticas.

A pesquisa também apontou que 23% passaram a caminhar ou utilizar a bicicleta como meio de locomoção, enquanto 19% utilizam o transporte público para se deslocar.


Mais informações:

Instituto Akatu
www.akatu.org.br

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