Entidade abordou mais de 2.800 organizações que divulgam mensagens com greenwashing contra o uso de papel, resultando em mais de 1.260 remoções e alterações de declarações enganosas
Editado por Flavius Deliberalli
Two Sides, entidade que atua contra o greenwashing e na promoção dos benefícios da comunicação impressa, do papel e das embalagens de papel, cartão e papelão, relatou aumento de casos de propagação de equívocos relacionados ao papel e comunicação impressa.
De acordo com a entidade, pressões econômicas continuam a impulsionar muitos casos de greenwashing, com inúmeras organizações mudando sua comunicação baseada em papel para plataformas digitais, buscando reduzir custos. Essa transição muitas vezes é acompanhada por afirmações ambientais enganosas e infundadas, como “Seja verde – troque o papel e escolha o digital” ou “Escolha a fatura eletrônica e ajude a salvar uma árvore” – mas isso, conforme afirma a entidade, é enganoso e é greenwashing.
A entidade destaca ainda que muitas vezes as preferências dos consumidores estão sendo ignoradas na mudança para a comunicação digital. Dados da pesquisa “Trend Tracker 2023” de Two Sides revelam que 57% dos consumidores brasileiros acreditam que os argumentos ambientais das empresas para justificar a transição para o digital são enganosos e que seu objetivo principal é a redução de custos. A pesquisa mostra também que 86% dos consumidores querem ter o direito de escolher a forma como recebem documentos e não desejam ser forçados a adotar a comunicação digital.
À medida que a sustentabilidade corporativa ganha atenção, outros setores, como o de embalagens à base de papel e o de papéis sanitários, também enfrentam greenwashing, com produtos alternativos sendo divulgados de forma enganosa como sendo mais sustentáveis.
“Essas alegações de greenwashing não apenas violam os regulamentos de marketing ambiental, mas também prejudicam uma indústria com um histórico ambiental bem estabelecido e em constante melhoria. Longe de ‘salvar árvores’, um segmento de produtos de árvores cultivadas, como o do papel, incentiva o crescimento a longo prazo das florestas por meio de uma gestão sustentável. Muitas das organizações que abordamos ficam surpresas ao saber que apenas árvores cultivadas, fibras alternativas como o bagaço da cana-de-açúcar e fibras recicladas são usadas como matéria-prima para papel novo”, declara Fabio Mortara, presidente de Two Sides América Latina.
Globalmente, Two Sides abordou mais de 2.800 organizações que faziam alegações enganosas sobre o papel. Só na América Latina, foram 222 empresas, incluindo desde pequenas organizações até gigantes, como uma das maiores plataformas de reservas de hospedagem online. Com a ação anti-greenwashing e apenas considerando esta última, mais de 30 milhões de consumidores deixaram de ser impactados mensalmente com uma mensagem negativa ou equivocada contra o papel.
“É vital que essas mensagens enganosas sejam contestadas para garantir que o excelente histórico ambiental da indústria de celulose e papel seja reconhecido e para proteger os meios de subsistência de milhões de pessoas que trabalham nos setores de cultivo de árvores, fabricação de papel, de embalagens e impressão, do impacto de um marketing oportunista e enganoso de greenwashing,” completa Mortara.
O impacto financeiro do greenwashing também é motivo de preocupação global se essas mensagens continuarem sem ser contestadas. Dessa forma, a campanha anti-greenwashing é uma prioridade para Two Sides, que continua a orientar as empresas a não usarem alegações ambientais infundadas e enganosas sobre a eliminação do papel nas suas comunicações.
“Agradecemos a cooperação das centenas de organizações que alteraram ou eliminaram suas mensagens de greenwashing e aos profissionais e consumidores que têm nos informado sobre novos casos”, conclui Mortara.
Mais informações:
Two Sides
www.twosides.org.br