Uma das primeiras ações do movimento foi a alteração do significado da palavra “lixo” no dicionário, visando despertar um novo olhar para o valor dos resíduos
Editado por Flavius Deliberalli
No Dia Nacional dos Catadores e das Catadoras de Materiais Recicláveis, celebrado em 7 de junho, grandes empresas, como Cargill, iFood, Nestlé, PepsiCo e Unilever, com o apoio institucional de Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (ABIA), Associação Brasileira das Indústrias de Produtos de Higiene, Limpeza e Saneantes de Uso Doméstico e de Uso Profissional (ABIPLA), Associação Nacional dos Catadores (ANCAT), além de Menos 1 Lixo e Yattó, anunciaram a criação do movimento “Juntos pela Reciclagem”.
O movimento tem como objetivo estimular uma mudança de hábito na forma como as pessoas lidam com os resíduos, a partir do seguinte questionamento: “Eu, lixo? Sou transformação”.
De acordo com dados divulgados pela Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), o país reciclou em 2022 somente 4% das quase 82 milhões de toneladas de resíduos gerados no ano. Para ajudar a mudar esse cenário, é preciso oferecer infraestrutura e conhecimento às pessoas sobre como colaborar com a separação dos resíduos. Segundo dados do Ibope, 70% dos brasileiros não separam o resíduo comum do material reciclável.
Diante desse cenário, o movimento “Juntos pela Reciclagem” surge como uma ampla iniciativa voltada ao fomento da conscientização do público em geral a partir do novo significado do lixo. O que antes era definido como algo sem utilidade, agora traz valor aos resíduos que, na verdade, são matéria-prima para a produção de novos produtos, gera renda para os catadores e catadoras de materiais recicláveis e contribui para preservar a natureza. A iniciativa contempla também uma oportunidade de construção de uma nova consciência por meio da educação e do diálogo de transformação coletiva voltado para um problema comum em toda a sociedade.
Por isso, a primeira ação da campanha, criada e produzida pela Publicis, foi a atualização do significado do substantivo masculino lixo na versão digital do Dicionário Houaiss da Língua Brasileira que, a partir de agora, passa a ter como um dos seus significados “qualquer material que ainda não pode ser reciclado, reutilizado ou compostado”. Essa ressignificação é a oportunidade de abrir diálogo com todos os elos da cadeia e estimular transformações nas empresas, governos, além de capturar a atenção das pessoas para a responsabilidade de separar e destinar de forma correta qualquer resíduo gerado. Ou seja, se grande parte dos materiais são recicláveis, e podem ter diversas utilizações após o uso, não deve ser olhado como lixo.
Os organizadores do movimento divulgaram também que junto com a mudança de significado da palavra lixo no dicionário, haverá uma campanha 100% digital de conteúdo educativo, com peças que serão compartilhadas por todas as empresas e associações apoiadoras para informar e estimular uma mudança nos hábitos e atitudes em relação a tudo o que descartamos.
Confira as declarações de representantes das empresas integrantes do movimento:
“Lixo é algo que não deveria existir. O que pra muitos é descartável e sem utilidade, para quase 1 milhão de famílias é renda e sustento, segundo o Atlas Brasileiro da Reciclagem.”
Roberto Rocha, catador e presidente da ANCAT.
“Promover qualquer mudança de hábito é um grande desafio, que precisa de um olhar sistêmico e de longo prazo. Por isso, a importância de unir esforços com um enfoque pré-competitivo, abraçando o papel que as empresas têm para contribuir com transformações positivas na sociedade. Acreditamos no poder dessa campanha para promover conscientização sobre o papel que cada pessoa tem na estruturação da agenda de reciclagem, enquanto damos visibilidade ao trabalho de diferentes atores vinculados à cadeia.”
Barbara Sapunar, diretora executiva de Business Transformation da Nestlé Brasil.
“A reciclagem é essencial para a redução dos impactos no meio ambiente, para a conservação dos recursos naturais e para o estímulo à economia. Essa campanha tem o objetivo de ampliar, cada vez mais, a consciência sobre a importância da reciclagem, não pensando apenas no dia de hoje, mas também nas gerações futuras. É uma prática que deve ser incorporada por todos nós.”
João Dornellas, presidente executivo da ABIA.
“É hora de ressignificar a palavra lixo e unir talentos, entre os diversos atores da sociedade, para criarmos um mundo onde o resíduo se converta em oportunidades. Este é o convite do movimento ‘Juntos pela Reciclagem’ e, nós, da PepsiCo, reconhecemos o papel significativo que podemos e devemos ter. Somente juntos e juntas transformaremos a realidade.”
Regina Teixeira, diretora de assuntos corporativos da PepsiCo.
“Nós estamos atuando como conectores na sociedade! O engajamento dessas empresas e associações mostra como isso pode ser transformador e deixa um legado importante. Cada um desses players tem investido em projetos com impacto positivo em suas comunidades, e quando a gente soma forças, o potencial de alcance é algo histórico no Brasil e nos enche de orgulho.”
Laerte Moraes, diretor-geral de Alimentos e Ingredientes da Cargill.
“Iniciativas como o ‘Juntos pela Reciclagem’ comprovam a importância da colaboração e união de forças para a construção de um futuro mais sustentável, buscando fomentar atitudes mais conscientes para a preservação do planeta.”
André Borges, head de Sustentabilidade do iFood.
“Essa união de empresas representa mais um avanço em nossa agenda, que já é prioritária desde 2017 e que vem recebendo, ano a ano, ações e iniciativas de peso, como o Tratado Global do Plástico, ao qual aderimos em 2022 na Assembleia das Nações Unidas para o Meio Ambiente. Continuaremos a nos empenhar em melhorar a saúde do planeta em parcerias, inovações e na conscientização sobre a importância da reciclagem.”
Suelma Rosa, head de Assuntos Corporativos, Governamentais e Sustentabilidade da Unilever.
“Mostrar para a sociedade que o lixo pode ser transformado, traduz muito do nosso propósito na Yattó. Além de reciclar mais, precisamos educar os atores envolvidos nessa cadeia para viabilizar novas oportunidades e conscientizar os cidadãos sobre o potencial que temos de reutilizar materiais pós-consumo, principalmente aquelas embalagens pouco visadas: as flexíveis. E nós queremos mudar isso.”
Luiz Grilo, diretor de novos negócios da Yattó.
“Acreditamos que a transformação da realidade da reciclagem no Brasil precisa ser protagonizada pelas empresas. Mas o papel da sociedade engajada é chave para que essa mudança ocorra, e as pessoas têm o poder – que muitas vezes elas desconhecem – de influenciar toda a cadeia a partir do seu consumo e, também, do seu pós-consumo.”
Wagner Andrade, CEO do Menos 1 Lixo.
Mais informações:
Juntos pela Reciclagem
www.juntospelareciclagem.com.br
Cargill
www.cargill.com.br
iFood
www.ifood.com.br
Nestlé
www.nestle.com.br
PepsiCo
www.pepsico.com.br
Yattó
www.yatto.com.br
Unilever
www.unilever.com.br
Menos 1 Lixo
www.menos1lixo.com.br
Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (ABIA)
www.abia.org.br
Associação Brasileira das Indústrias de Produtos de Higiene, Limpeza e Saneantes de Uso Doméstico e de Uso Profissional (ABIPLA)
www.abipla.org.br
Associação Nacional dos Catadores (ANCAT)
www.ancat.org.br