Projeto educativo liderado pela Abividro pretende engajar jovens na discussão e estimular a criação de soluções para o desafio dos resíduos
Editado por Flavius Deliberalli
O Brasil tem uma produção de resíduos sólidos por habitante semelhante à de países europeus, porém o padrão de descarte equivale ao dos países africanos. Segundo dados da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza (Abrelpe) de 2021, cada brasileiro gera cerca de 390 kg de resíduos anualmente, sendo que 40% desse montante são descartados inadequadamente. O Diagnóstico de Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos de 2019, produzido pelo Sistema Nacional de Informações de Saneamento (SNIS), mostra que a reciclagem de resíduos no Brasil não chega a 3% e que apenas 39% dos municípios possuem programa de coleta seletiva de resíduos secos.
Diante dessa realidade preocupante, o setor vidreiro, representado pela Associação Brasileira das Indústrias de Vidro (Abividro), resolveu se mobilizar para criar um projeto de educação sobre economia circular, destinado aos ensinos Fundamental II e Médio do país, visando conscientizar os jovens sobre a importância da correta destinação dos resíduos gerados por todos, dentro e fora de casa.
O projeto intitulado Ecoa Circular tem a proposta de levar o debate sobre a Economia Circular para dentro da sala de aula, estimulando o pensamento crítico, em um modelo de aprendizado baseado em Design Thinking. O plano de aulas está alinhado com as competências e habilidades exigidas na Base Nacional Comum Curricular (BNCC).
O Ecoa Circular é composto por quatro etapas: COMPREENDER, por meio de imersão no tema e vivências que visam conectar o aluno com a questão dos resíduos sólidos; SONHAR, fase de discussão e aprimoramento de ideias para solução do problema; CRIAR, onde os alunos irão desenvolver um protótipo para a solução encontrada; e PARTILHAR os aprendizados, para inspirar e engajar mais gente nessa discussão.
“O projeto Ecoa Circular surgiu de um desejo e inquietação do setor vidreiro de plantar uma semente de transformação. A sustentabilidade, fator intrínseco no dia a dia do setor, é a peça-chave para a transformação do nosso futuro, e não há jeito melhor de garantir uma mudança significativa do que pela educação. Queremos ensinar hoje, para que o amanhã seja melhor. Precisamos de jovens inovadores e que pensem no desenvolvimento sustentável, queremos ver essas novas vozes ecoarem”, diz Lucien Belmonte, presidente executivo da Abividro.
Mais informações:
Ecoa Circular
www.ecoacircular.com.br