Primeira fase do levantamento inédito, realizado ao longo do mês de maio deste ano, contou com 760 respondentes e aponta dados demográficos, sociais e o impacto que a reciclagem tem na vida desses profissionais
Editado por Flavius Deliberalli
Entender o dia a dia dos catadores e cooperados para desenvolver ações que contribuam positivamente com todo o ecossistema. Este era o objetivo do C.Lab, laboratório de pesquisas da Nestlé, quando conduziu, ao longo do mês de maio deste ano, a pesquisa “Reciclagem – Impacto Social e Potenciais de Transformação”. O levantamento, dividido em duas fases (fase 1 com cooperativas e fase 2 com autônomos), contou, nessa primeira análise, com 760 respondentes espalhados por todo o Brasil.
Os dados colocam luz à realidade e desafios enfrentados por esses profissionais que, diariamente, contribuem para a circularidade da economia e têm, na atividade (para 82% dos respondentes), sua única fonte de renda e cujas principais preocupações cotidianas são saúde e alimentação (para 84% e 68%, respectivamente).
A pesquisa contribuiu, também, para apurar outros dados, conforme abaixo:
– dentre os respondentes, 61% são mulheres, 51% tem entre 25 e 44 anos, 45% se autodenominam pardos, 26% pretos e 24% brancos, 2% amarelos, 1% indígena (2% não responderam) e apenas 3% têm ensino superior completo;
– 95% afirmam ter luz elétrica em casa, outros 69% dizem contar com rede de esgoto, 66% residem em rua asfaltada e 70% tem acesso à Internet;
– 84% tem filhos, 53% tem casa própria e 47% tem renda familiar de um a três salários mínimos (até R$ 3.636);
– o almoço é a principal refeição para 95% dos respondentes e apenas 22% recebem alguma doação de alimentos; 30% já deixaram de fazer alguma refeição porque não tinham dinheiro para comprar comida; para 50% os alimentos acabaram antes que tivessem dinheiro para comprar mais comida; 27% disseram que fizeram apenas uma refeição em um dia ou já ficaram o dia inteiro sem comer porque não tinham dinheiro para comprar comida.
“O C.Lab é uma ferramenta poderosa para aproximar a Nestlé de seus consumidores e clientes. E, por que não a utilizar para nos conectarmos também com estes parceiros tão importantes na cadeia de reciclagem e que nos auxiliam na nossa trajetória de sustentabilidade? Este é um estudo que nos traz muita satisfação e nos permite dar voz a estes agentes para aprofundar o entendimento de suas reais necessidades e melhor direcionar nossas ações”, afirma Priscilla Caselatto, gerente de Consumer Insights da Nestlé Brasil.
Para além dos dados demográficos, a pesquisa também buscou entender qual o impacto que a reciclagem já tem na vida desses profissionais. O levantamento apurou que para 82% dos entrevistados, a coleta de materiais recicláveis é a única fonte de renda. Além disso, mais da metade dessas pessoas (50%) trabalham cinco vezes na semana e 63% trabalham entre seis e oito horas por dia.
Quando questionados sobre profissionalização, 59% responderam que já receberam algum tipo de capacitação, 81% demonstraram interesse em receber treinamentos e a grande maioria (96%) usa EPIs.
A respeito de sentirem alguma mudança positiva na qualidade de vida a partir do momento em que passaram a fazer parte de uma cooperativa ou programa, as respostas foram:
– aumento de renda = 60%
– mais valorizados = 43%
– mais treinamento e aprendizados = 32%
– notaram melhora na segurança do trabalho = 30%
– melhoraram a saúde = 19%
– não notaram nenhuma mudança = apenas 6%
A segunda fase da pesquisa, que contará também com dados do universo de catadores autônomos, foi realizada no mês de junho.
Mais informações:
Nestlé
www.nestle.com.br/regeneracao