Startup produz embalagens e outros produtos à base de fungos
Editado por Flavius Deliberalli
A Irani Ventures, veículo de Corporate Venture Capital da Irani, uma das principais indústrias de papéis e embalagens sustentáveis do Brasil, anunciou um investimento de R$ 900 mil na Mush, startup paranaense que desenvolve produtos ecológicos e biodegradáveis à base de fungos oriundos de resíduos agrícolas e vegetais.
“Enquanto indústria, queremos, cada vez mais, apoiar iniciativas inovadoras que tenham uma forte preocupação com o meio ambiente. Temos o desenvolvimento sustentável como pilar do negócio na Irani, então as investidas precisam estar alinhadas com a nossa tese. Acreditamos que essa preocupação se reflete no desenvolvimento do ecossistema como um todo, por isso o trabalho da Mush nos encantou tanto”, diz Fabiano Alves Oliveira, diretor de Pessoas, Estratégia e Gestão da Irani.
A partir de resíduos orgânicos, a tecnologia desenvolvida pela Mush faz com que seja possível controlar o processo natural de crescimento do micélio (parte vegetativa dos fungos composta por uma rede de fibras finas, semelhantes a raízes). Assim, o aglomerado de hifas (filamentos do fungo) se desenvolve como uma espécie de rede, agindo como cola e unindo resíduos uns nos outros, formando um material único, sólido e bastante resistente.
Atualmente, a startup utiliza essa técnica para produzir materiais 100% orgânicos e biodegradáveis em condições domésticas e seu catálogo abrange embalagens, mobiliários e itens de decoração, design, moda e construção civil.
“Quando estávamos selecionando startups para receber investimento da Irani Ventures, procurávamos uma empresa com tecnologia de ponta, capaz de transformar resíduos em matéria-prima e que suas soluções estivessem aderentes à nossa tese de novas embalagens. Encontramos na Mush muito mais do que uma empresa de transformação de resíduos: é uma empresa com processo inovador, tecnologia patenteada e pesquisadores suportados pelo CNPQ, que lhes permite manter um time robusto e multidisciplinar de pesquisa científica”, ressalta Paulo Beck, Head de Investimentos da Grow+ e gestor do Irani Ventures.
Em 2022, a Irani Ventures anunciou o seu primeiro aporte financeiro, investindo R$ 1,5 milhão na Trashin, startup de impacto criada em 2018. Com sede em Porto Alegre (RS), a iniciativa promove a economia circular através da gestão de resíduos e de programas de logística reversa. Em 2023, a segunda escolhida para o aporte foi a growPack, com R$ 1,4 milhão. A startup desenvolve tecnologias para produzir embalagens alimentícias sustentáveis utilizando resíduos reaproveitados de agricultura local, como a palha do milho.
Mais informações:
Irani
www.irani.com.br
Grow+
www.growplus.com.br
Mush
www.mush.eco