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Água mineral envasada na caixa: Startup brasileira aposta no design inovador e sustentável para oferecer nova experiência de consumo

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Parcerias com empresas que contavam com expertise e renome na produção de embalagens sustentáveis tiveram papel fundamental para viabilizar a iniciativa

 

Texto: Marcela Fonseca / Edição: Flavius Deliberalli

Embalagens têm papel fundamental no cotidiano das pessoas. Mas ao longo das décadas, está cada vez mais evidente que a dificuldade de decomposição de embalagens feitas com materiais não renováveis e o grande volume de lixo gerado em função do descarte tem causado desastrosos danos ao meio ambiente. Pensando em uma estratégia para atrair quem busca por novas experiências de consumo, a startup brasileira Água na Caixa aposta no envase de água mineral em inovadoras embalagens feitas com uma combinação de fontes renováveis, aliando design inteligente a atributos sustentáveis.

A ideia parece bem assertiva, afinal, a venda de água mineral no Brasil figura no 2º lugar entre os 15 maiores mercados de consumo de embalagens plásticas, na categoria plástico rígido, de acordo com o estudo Brasil Pack Trends 2020, do Instituto de Tecnologia de Alimentos (ITAL). Mas o que a Água na Caixa fez, como o próprio nome da marca sugere, foi ainda mais inusitado para um mercado que há décadas faz uso do plástico: água mineral envasada em embalagem longa-vida.

E neste caso, ela é 82% renovável, feita com 54% de papel obtido a partir de florestas certificadas (o que garante que houve um manejo responsável das florestas de onde ele teve origem), 28% de plástico obtido a partir da cana-de-açúcar, além 18% de alumínio.

Em entrevista ao Portal Conecta Verde, a empreendedora Fabiana Tchalian que, com Rodrigo Gedankien, fundou a startup, explicou que o objetivo da empresa tem sido incentivar a reutilização da embalagem que, além de ter qualidade, tem um design moderno e minimalista. “Para nós, a sustentabilidade começa aí. Convidar o consumidor a reutilizar. Por isso, a gente investiu tanto no design. Acredito que o design inovador seja um dos grandes diferenciais da Água na Caixa. É reutilizável, 82% renovável, feita só de planta, a tampa é de plástico de cana-de-açúcar, ela é 100% reciclável”, comentou.

Inspirada em iniciativas internacionais, a novidade chegou ao Brasil em janeiro de 2020. A dupla de empreendedores encarou o desafio de buscar parceria junto à grande indústria de embalagens para criar a nova categoria de água mineral, não só com o objetivo de se diferenciar no mercado, mas também para atrair o consumidor com uma visão consciente sobre o meio ambiente e sobre o impacto do consumo na cadeia econômica.

Rodrigo Gedankien e Fabiana Tchalian, criadores da startup Água na Caixa

“Em 2016 vimos pela primeira vez a caixa e começamos a busca por essa embalagem. O maior desafio foi mostrar para a grande indústria, como representante de uma pequena startup, que tínhamos a condição de assumir um contrato a longo prazo. A Água na Caixa foi se profissionalizando, começou a ter um formato mais robusto e isso foi possível”, afirmou Fabiana mencionando a chegada de experientes sócios, como Gabriela Onofre (diretora de marketing da Acesso Digital) e Eduardo Eisler (ex-vice-presidente da Tetra Pak), como decisiva para a conquista de parceria e desenvolvimento da marca.

Os esforços dos fundadores da startup estão conectados a uma tendência que dá sinais de crescimento inclusive no Brasil. Segundo a última edição do estudo Environment Research, conduzido em 2019 pela Tetra Pak em quinze países, mais da metade dos consumidores (53%) têm propensão a considerar uma marca cuja embalagem seja considerada ambientalmente responsável.

Quando questionados sobre inovações que gostariam de ver nas embalagens, surgem como principais respostas o uso de matérias-primas de origem renovável (36%), novidades que contribuam para o enfrentamento de questões climáticas (36%) e o uso de certificações que atestem a produção responsável (29%).

Aqui no Brasil, 93% dos consumidores consideram marcas com embalagens ambientalmente responsáveis no momento de decisão de compra e 73% acreditam que a mudança de hábito se dá pensando nas futuras gerações.


A embalagem Água na Caixa e seus atributos sustentáveis
Desenvolvida em parceria com a Tetra Pak, a escolha para o envase de água mineral da startup Água na Caixa foi a embalagem Tetra Top que segundo Valéria Michel, diretora de sustentabilidade da Tetra Pak para o Brasil e Cone Sul, é uma opção que inclui diversos formatos, tamanhos e aberturas. São embalagens leves, econômicas e fáceis de segurar. Além do beneficiamento de impacto causado pela embalagem ao meio ambiente.

“De acordo com a Avaliação de Ciclo de Vida das embalagens da Tetra Pak, as caixinhas têm a menor pegada de carbono quando comparadas com outras embalagens. Por nossas embalagens serem majoritariamente feitas de fontes renováveis, elas emitem, em média, 70% menos CO2 em comparação a outros tipos”, explicou Valéria.


Valéria Michel, da Tetra PaK

Américo Bartilotti, diretor de negócios de embalagens e bens de consumo na Braskem, também envolvida na iniciativa, dá detalhes sobre a produção do plástico usado para fazer a tampa da Água na Caixa. Desde de 2011, a Braskem tem sido parceria da Tetra Pak para o fornecimento de polietileno I’m greenTM bio-based, feito a partir de cana-de-açúcar, para a produção das tampas das embalagens cartonadas.

Segundo Bartilotti, em 2013, as empresas se juntaram novamente para o fornecimento de polietileno de baixa densidade (PEBD) I’m greenTM para compor as camadas protetoras de suas embalagens no Brasil.

“Os produtos sob a marca I’m greenTM podem ser de origem renovável (I’m greenTM bio-based), reciclada (I’m greenTM recycled) ou a mistura de ambos (I’m greenTM bio-based & recycled). Por ser produzido a partir de matéria-prima renovável, o etanol da cana-de-açúcar, o polietileno I’m greenTM bio-based e o EVA I’m greenTM bio-based são capazes de absorver, durante o seu processo produtivo, gás carbônico da atmosfera contribuindo para a mitigação das mudanças climáticas. As resinas produzidas a partir de plástico reciclado pós-consumo, o I’m greenTM recycled, contribuem para que os resíduos plásticos sejam reinseridos na cadeia, por meio do descarte adequado e do processo de reciclagem, assim, fechando o ciclo”, explica.

Américo Bartilotti, da Braskem

Já o papel usado na produção da embalagem da Água na Caixa tem como origem outra parceria da Tetra Pak. É a Klabin, que entrega o papel-cartão produzido na unidade de Monte Alegre, no Paraná, para a produção da embalagem longa vida. Floresta esta que, segundo Flávio Deganutti, diretor de Papéis da Klabin, apresenta o maior índice mundial de produtividade por hectare ao ano, resultando em menor utilização de área plantada para produzir a mesma quantidade de embalagens.

“Reforço que a Klabin produz cartões de fibras virgens e aptas a contato com alimentos, mas somos também o maior reciclador de papel do país, por meio da produção de uma parte de nossas embalagens de papelão ondulado com material reciclado (além da produção de caixas de fibra virgem). Este fato está em linha com o propósito da economia circular e com uma maior sustentabilidade em todo nosso processo de produção”, comenta Deganutti.

Flávio Deganutti, da Klabin

Categoria circular com perspectivas de crescimento
A categoria de embalagens reutilizáveis é estimada em US$ 10 bilhões globalmente e a expectativa é de crescimento nos próximos anos, segundo a Fundação Ellen MacArthur. E a Água na Caixa se mostra preparada para elevar o consumo de água mineral com sua embalagem mais sustentável. Com capacidade atual de produção de 50 milhões de embalagens envasadas por ano, 4 milhões por mês, Fabiana Tchalian conta que até o final de 2021 a expectativa é atingir a marca de 1 milhão de unidades vendidas por mês. Por enquanto, apenas a versão de 500 ml está disponível, mas a empreendedora afirma que a startup lançará em breve a caixinha com 330 ml.

Envasada em Pinhalzinho (SP), no Circuito das Águas de São Paulo, a Água na Caixa está disponível para venda no e-commerce da Amazon, ao valor de R$ 4,90 a unidade. Além de redes varejistas, bares, cafés e restaurantes parceiros.

Aliás, uma parceria que se estende para que as embalagens possam ser recicladas. Fabiana explica que trabalha a política de logística reversa com parceiros para a separação e encaminhamento das caixinhas após o consumo, dando destino adequado ao descarte. “Com quem revende a gente conversa direto. E para o consumidor final, a gente tem no site a rota da reciclagem, onde o consumidor pode ver os locais de coleta e as cooperativas que reciclam os materiais cartonados.”

A reciclagem é uma alternativa dentro do processo de Economia Circular. E segundo estimativa da Tetra Pak, atualmente, 43,7% de todas as embalagens produzidas anualmente pela empresa são direcionadas para a reciclagem.

Aos nossos leitores, reforçamos que a inovação e boas parcerias podem ser um ótimo caminho para diminuir o impacto ambiental causado pelas embalagens.  

Conteúdo por:

Marcela Fonseca

Jornalista com vasta experiência em diversos segmentos e colaboradora do Portal Conecta Verde.

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