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O potencial do mercado de crédito de carbono no Brasil e o longo caminho para um mundo mais sustentável

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Executivo da Sealed Air destaca que o mercado de carbono pode oferecer inúmeras oportunidades

Por Caio Prado*

Mesmo diante de grandes desafios, é certo que 2022 será marcado como um ano de importantes avanços em prol de uma economia mais sustentável. No Brasil, estamos acompanhando um grandioso passo que influenciará toda indústria global comprometida com a redução da emissão de gases de efeito estufa. Estou falando da criação de um mercado regulado de crédito de carbono no país, anunciado pelo Ministro do Meio Ambiente no último mês.

Os detalhes de como o mercado funcionará ainda não estão bem claros, mas a grande verdade é que devemos celebrar cada avanço.

Hoje, no mundo, já estão implementadas mais de 68 iniciativas de precificação de carbono, e é previsto que em 2022, essas iniciativas atinjam 12 GtCO2 e representem 23% das emissões globais de Gases do Efeito Estufa. Segundo estimativas do Banco Mundial, a receita global de precificação de carbono em 2021 aumentou quase 60% em relação aos níveis de 2020, atingindo cerca de US$ 84 bilhões, mas o alerta ainda está “longe de ser adequado” no esforço para limitar o aquecimento global.

Vários países estão usando um preço sobre as emissões de carbono para ajudar a cumprir suas metas climáticas na forma de um imposto ou sob um sistema de comércio de emissões (emissions trading – ETS), ou comércio internacional de emissões (cap-and-trade). E o Brasil tem um imenso potencial para avançar neste mercado e desenvolver uma economia mais sustentável.

A empresa WayCarbon avaliou que até 2030, o Brasil deverá suprir de 5% a 37,5% da demanda global de créditos de carbono no mercado voluntário e de 2% a 22% para o mercado regulado global no mesmo período.

Certamente, com uma boa regulação, o país tem muito a lucrar com o novo modelo. E são vários os motivos que levam a estes números. Primeiramente, nós temos extensão territorial, temos clima favorável e pessoas capacitadas para desenvolver o mercado. Somado a esse cenário positivo, existe um compromisso da indústria, que vem se comprometendo com mercado voluntário em direção à neutralidade das emissões de Gases de Efeito Estufa (“net-zero”) até o ano de 2050.

Na indústria de embalagem, por exemplo, vejo esforços concretos em direção à redução de emissões, com compromissos que tem feito operações atingirem uma redução de até 44% nas emissões. Sabemos que o investimento em crédito de carbono não é e não será a única solução para todos os problemas de impacto ambiental, mas não tenho dúvidas de que devemos reconhecer como um fator de incentivo para que importantes transformações operacionais aconteçam.

O caminho é longo, mas juntos chegamos mais longe. Não basta apenas a evolução do mercado de crédito de carbono, ou a melhoria de políticas de reciclagem, precisamos de diversas estratégias integradas e, sobretudo, do envolvimento de todos, indústria, governo e sociedade.



**As opiniões expressas em artigos representam as opiniões de seus autores e não, necessariamente, dos editores do Conecta Verde.

Conteúdo por:

Caio Prado

*Caio Prado é Líder de Sustentabilidade e Assuntos Regulatórios da Sealed Air.

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