Metas de reciclagem, tecnologia, inovação em materiais e redução de desperdício de alimentos foram alguns dos principais tópicos da programação do evento
Por Elen Nunes e Flavius Deliberalli
Os rumos do consumo no Brasil e no mundo sob o impacto da transformação digital, do comportamento do consumidor e do meio ambiente nortearam os debates no Congresso ABRE da Embalagem e Consumo 2025, que foi realizado pela Associação Brasileira da Embalagem (ABRE) nos dias 9 e 10 de abril, em São Paulo (SP).
De acordo com a ABRE, em sua 21a edição, o evento reuniu mais de 900 participantes, entre lideranças da cadeia produtiva, varejo, marcas e iniciativas ligadas à circularidade, formando um cenário colaborativo e de grande sinergia.
“Esta grande edição do Congresso buscou explorar como a indústria de embalagens, de ponta a ponta, faz parte e contribui para os desafios das marcas em um mercado de consumo cada vez mais dinâmico, descentralizado e competitivo. A nossa estratégia precisa ser holística, da tecnologia à sustentabilidade e à criação de valor para os consumidores, criando conexões e experiências únicas”, declarou Luciana Pellegrino, diretora executiva da ABRE.
A programação do primeiro dia do evento destacou temas relacionados ao mercado e consumo, varejo e e-commerce, inovação para ampliar a conexão e entrega de valor para os consumidores e novas tecnologias e Inteligência Artificial. A cerca das reflexões sobre o papel da Inteligência Artificial na modernização do varejo e na evolução da cultura digital nas empresas, marcas utilizaram cases práticos para ilustrar como as ferramentas baseadas em dados têm impulsionado a tomada de decisões estratégicas, agilizado operações e aprimorado a jornada do consumidor.
Ainda sobre o primeiro dia do evento, um dos momentos mais inspiradores foi a participação de Janaina Bernardino, cofundadora da Siloé Desvendando Pessoas, que trouxe um olhar necessário e transformador sobre design inclusivo através da palestra “Embalagens acessíveis – criatividade sem barreiras”, onde foi enfatizado que a acessibilidade pode ser incorporada ao processo criativo sem comprometer a identidade visual ou a funcionalidade, de forma a contemplar diferentes públicos e tornando-se um diferencial competitivo e uma expressão concreta de empatia e inovação.
As discussões no segundo dia do evento estiveram alinhadas à sustentabilidade, englobando estratégias de reestruturação de embalagens, o uso de materiais mais responsáveis e ações voltadas à educação do consumidor sobre descarte adequado. Um dos pontos altos nesse aspecto foi o projeto colaborativo entre Danone e Cazoolo, que resultou em uma nova embalagem inspirada na biomimética – abordagem que reproduz padrões e processos da natureza para desenvolver soluções eficientes e de baixo impacto.
A programação também abriu espaço para abordagens sobre a cadeia de consumo com base nos desdobramentos, implicações e desafios a partir da nova regulamentação europeia de embalagens e resíduos, a redução de perdas na cadeia alimentícia e o papel da inovação aberta escalando a eficiência da cadeia produtiva e sua competitividade.
Por fim, a ABRE informou que o evento realizou a gestão de resíduos gerados durante sua realização através da Yattó. Com um modelo estruturado e parceria com a cooperativa Cooper Viva Bem, foram destinados de forma correta cerca de 218,6 kg de resíduos, que foram triados em tempo real e serão reinseridos no ciclo produtivo.